Dia 21/04/2013
Primero dia (21/04/2013)
Após 17 horas de viagem, tendo saido de Rio Claro em torno de 23h do dia anterior, começamos nosso primeiro dia de campo antes mesmo de chegar à pousada. Nas últimas 4 horas de viagem antes de descermos do ônibus, fizemos nosso primeiro transecto motorizado. O transecto motorizado trata-se de um método onde fazemos em nossa caderneta uma descrição de paisagem e identificação de fauna enquanto o ônibus percorre um certo trecho, sendo que tais observações são feitas separadamente de acordo com o lado no qual se está sentado no ônibus (direito ou esquerdo).
O transecto a pé iniciou-se as 14:20 hrs. Trata-se de um método onde percorremos um trecho a pé, fazendo as mesmas observações do transecto motorizado, e identificando a fauna com a ajuda de um guia de aves e de monitores que nos acompanhavam ao longo do trecho. A maior parte do percurso foi composto por uma vegetação com predominancia de gramíneas, palmeiras e arbustivas. Avistamos vários animais bem diferentes dos que costumeiramente vemos na região de São Paulo, como o Brotógeris quiriri e o Suiriri melancolicus. Vimos também uma carcaça de Liophis sp. Outra cena marcante do dia foi a presença de um Tamandua Bandeira. Além do transecto motorizado e o a pé, utilizamos dois outros métodos ao longo dos 7 dias de campo: o método de ponto fixo, onde, a cada uma hora de trecho percorrido, deveríamos parar em um ponto por 15 minutos e fazer observações de paisagem e fauna, preenchendo uma tabela com informações sobre o ponto, como relevo, vegetação, tempo, e medindo a temperatura com um termômetro, e o método com formigas, onde nesse mesmo ponto fixo, duas pessoas do grupo ficavam encarregadas de colocar pedaços de salsicha dentro de 10 tubos, sendo que deveriam ser colocados 5 tubos de cada lado do trecho (esquerdo e direito), separados entre si 10m. cada, e deixados abertos no ponto por 10 minutos. Após os 10 minutos, os tubos deveriam ser recolhidos, fechados com algodão, e colocados em um saco com a identificação do ponto ao qual pertenciam. A finalidade dos tubos era a coleta de formigas carnívoras para posterior contagem e identificação.
A idéia desse dia era aproveitar o máximo de tempo treinando os métodos, visto que o tempo para cada uma seria reduzido nesse dia.
A noite, como iria ser feito em todos os outros dias, nós chegamos na pousada, e após tomar banho e jantar, alguns no restaurante da pousada, outros no próprio quarto, nos reunimos no salão da pousada para aprender um pouco mais com os monitores sobre o pantanal e como realizar melhor nossos trabalhos de campo, recebemos nossas cadernetas corrigidas e com nota, e depois nos juntamos para anotar em uma tabela toda a fauna que foi avistada ao longo do dia. Primeiro deveriamos fazer uma relação da fauna avistada em transecto motorizado, separando aquela vista do lado esquerdo e do lado direito, e depois nos juntamos, cada um com seu grupo, para repassarmos em tabela tudo o que foi visto/feito ao longo do dia no trecho percorrido a pé, como escrever o nome dos transectos realizados, suas respectivas coordenadas, fauna observada em cada ponto fixo, fauna observada do lado direito e do lado esquerdo do trecho, etc. A quantia a ser considerada de cada espécie observada deveria ser a maior observada em campo.
A repassagem de dados terminava todo dia em torno de meia-noite. Depois de um dia exaustivo e de muito trabalho, todos se retiram para seus respectivos quartos, para aproveitar ao máximo as horas de sono que nos eram disponibilizadas. No outro dia, às 5h da manhã, seríamos acordados pelos monitores para um novo dia de campo.